Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 17 de junho de 2012

Nunca te vi, sempre te amei





Anthony Hopkins e Anne Bancroft em um filme constrangedoramente encantador.

O cenário divide-se entre o apartamento de uma escritora excêntrica, apaixonada por livros raros em Nova Iorque e uma livraria em Londres, onde Hopkins é o gerente. 


Uma história simples, iniciada em 1949 e estende-se por 20 anos. Correspondiam-se por cartas durante esse tempo, trocando livros e por vezes alguns presentes. A expectativa da espera cria um enredo único, pontuado de uma ternura velada, própria da época.

A distância torna-se um mero detalhe, e as cenas em que eles sentem-se tão próximos, que falam olhando diretamente para a câmera, como se estivessem frente à frente, são emocionantes.

E nunca se viram...

Alguns trechos marcantes do filme:

" Tivesse eu os céus bordados em tecidos envolvidos por luz dourada e prateada... tecidos claros e escuros representando o dia e a noite, eu os espalharia sob seus pés. Mas, como sou pobre, tenho apenas meus sonhos. Espalhei meus sonhos sob seus pés. Caminhe suavemente: Você pisa em meus sonhos."

" A humanidade, como um todo, forma um grande livro.
Quando um homem morre, um capítulo não é arrancado... e sim traduzido para um idioma melhor. E cada capítulo deve assim ser traduzido. Deus emprega vários tradutores. Alguns trechos são traduzidos pela idade... outros por doença; alguns pela guerra. Mas a mão de Deus reúne todas as folhas soltas, e as coloca naquela biblioteca em que os livros se abrem uns para os outros."

" Sinto demais a falta dele. A vida era tão interessante. Ele me explicava e ensinava as coisas dos livros. "

Um belo filme.

* Gosto mais do título original! Vi esse filme por indicação de uma pessoa que ama outra que nunca viu. Torço para que em breve estejam juntos.




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