Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Um tempo que não passa


Continuo longe do mar. Longe de ti. Sei que tu vens aqui vez ou outra. Sei que me lês, sei que também buscas o passado que não tivemos, nosso futuro incerto. Ficou tudo lá, temos apenas uma foto e tanta lembrança. Parece tão real ainda. Dói tanto. Os domingos tão cruéis com essa saudade latente, palpável. Continuo aqui, e parece que ainda tenho aquela velha idade - erro tanto. Já deveria ter entendido que não devo procurar abraços em braços que não são os teus. Será que apenas isso que nos restou é o bastante para uma vida inteira? Essa dúvida me consome e a única coisa que sobra é Amor. O amor que cura, que transforma e que espera. Amor que lembra e que te quer aqui. Longe do mar. E enquanto estivermos longe vou lembrar e, me agarrar a essa lembrança. Sinto. Comprei um livro igual ao que te dei. Me perdoe mas é fevereiro e fica impossível não lembrar de como me sentia quando me abraçavas. Me perdoe, prometo melhorar. Logo muda a estação e fica um pouquinho mais fácil te esperar aqui em casa. 

( Tento em vão não escrever para ti, não consigo manter a promessa, as palavras começam doer aqui dentro. Não importa os anos, certas coisas simplesmente permanecem. Aos domingos te amo mais. )




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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.