Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sobre figos e uvas


Já estamos novamente na estação dos figos, eles amadurecem junto com as uvas. Irmãos. Dividem a mesma terra mãe e a mesma doçura, diferem na cor e textura. São pares. São únicos. Úmidos e densos. São raros. Não ousaria misturá-los, são perfeitamente distintos. Suculentos. A cor da uva, o cor do figo. Cores ásperas, na casca do figo os dedos sentem a porosidade por onde sua polpa doce quer respirar. A uva de casca lisa guarda os taninos que se apuram para envelhecerem em garrafas verdes. Doce de figo feito liquido de uva fermentado. O vinho. O doce do próprio figo explode em sabores nas sementinhas perdidas às milhares, que  cozidas com açúcar são granulosas como a própria terra onde crescem. A uva exala perfume, os figos racham-se, e formam uma gotinha que provoca inveja nas abelhas atraindo formigas e, nós. 

Deixa eu te contar dos figos e das uvas? Deixa eu te servir uma salada de rúcula com presunto cozido, queijo e figos com mel? Toma uma taça de vinho comigo? Me conta que gosto tem os figos para ti?

( impossível morder um figo maduro e não pensar em ti )






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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.