Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 25 de novembro de 2012

Temporária (mente)


O calendário deveria prever pequenas ausências, certas datas deveriam ser extintas; um espaço de tempo em branco. Esses dia tem sido feitos de uma matéria densa, e tudo ainda está por vir. Hora de tentar desfazer o inevitável. Paradoxos. Ainda não aprendi a existir, ainda não sou eu aqui nesse lugar onde ninguém habita; Um isolamento entre o espaço da janela até porta, a fechadura enferrujada. Horas arrastadas. Quantas vezes ainda será possível morrer antes que o relógio pare?

Os dias envelheceram na mesma proporção das coisas que faziam sentido. Deveria ter sido inversamente proporcional, em uma escala de tempo mais gentil. Nunca escreveu-se tão pouco. Seria preciso agora uma revisão em todos os cálculos de possíveis rotas. É doloroso rasgar os antigos mapas. É intenso o ato de desfazer; retroceder. Sobreviverão?




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.