Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dylânica


Quando pele de cão não escreve ficam dois vazios: a folha e minha obsessão. Entre cada linha escrita algo de dolorido e intenso, tuas viagens internas são sempre meio mórbidas e umedecidas de água e um sal que não desmancha, queria ler cada pensamento antes de chegar ao grafite; antecipações. Procuro por teus vestígios em quase tudo que leio; o cigarro que parece nunca apagar. O cheiro da fumaça por entre teus dentes marcados de nicotina conseguem encontrar sabedoria no ato de fumar, eu imagino só o encantamento, ou uma espécie de hipnose. Ele habita outro universo; distanciamentos. Em comum, apenas a paixão por escrever, algo no gosto musical e bastante dos sentimentalismos; sazonalidades. Apenas pretensão minha; muita pretensão. É que existe muito de nostalgia na chuva de hoje.

( não te molhes, ainda que pareça ter chegado teu verão, faz frio aqui perto da velha ponte de ferro.)




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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.