Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Da inutilidade que tem a memória


O mundo agora cobra esforços maiores, por isso demoro mais até chegar aqui. Nunca um inverno foi tão quente na serra, falta algo na chuva. Pouco provável que tenhamos boas notícias antes de mudar a estação. Setembro sempre é um mês melhor, e esquecer o agosto é questão obrigatória. Estranho ter que lembrar os nomes de tudo sempre, não deve ser natural essa coisa de excessos. De qualquer forma tu não lembrarias de tudo, és esquecido. Teu óculos ainda está na caixinha sobre minha mesa, mas não te lembras, nem do óculos e nem da mesa. Mais cedo ou mais tarde todos acabamos fugindo de algo ou alguém. Observar a vida sob essa perspectiva é como morar sem habitar; menos apegável, menos sofrível e mais suportável. Não entramos na igreja naquela semana. A luz nos vitrais sempre é a mesma, estando os espectadores lá ou não;


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