Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O mapa rasgado


Voltando
Ou talvez fugindo pela direção contrária. Um avesso a tantos caminhos seguros, uma peregrinação solitária. Sem centro e sem buscar o norte de qualquer lugar. Como um não saber andar. Tantos passos com um mesmo sapato que a pegada já nasce deformada. Sem cercas e sem faixas de pedestres, por certo um caminho nada seguro. Uma busca perdida. Uma má sorte de ascendente em câncer e lua cheia em outubro. Um longo passeio entre tudo que ainda não é. As placas marcam uma direção invertida, melhor seguir a intuição, mesmo com as peças que sempre costuma pregar. Encontrar um lugar para curar a insônia ou que pelo menos o travesseiro estivesse vestido com a fronha de margaridas suaves, já gasta pelo tempo e com as marcas de um sono que demora. Um lugar para escrever tudo que a garganta não deixa passar, um tanto a deixar para trás. Existir longe desses passos que todo dia ecoam por sobre nossas cabeças na forma de alguém que não foi convidado a entrar. 


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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.