Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sobre o inexplicável


Tem amigo que é mais que amigo,
que pergunta como pode sentir saudades assim... no meio da tarde
e é só amigo.
Mas não só um amigo, é amigo anjo
daquele que pede como pode mesmo longe sentir perto;
é amigo que questiona como pode ser tão amigo.
Mas é anjo, que se fez de amigo e pede explicação espiritual
só anjo amigo preocupa-se assim.
Não tem como definir corretamente, pelo menos não como amigo assim merece,
é como se ele estivesse sempre um degrau acima na hierarquia da amizade.
É amigo que emociona, que faz coisas que deixam os olhos marejados, e
a garganta com um nó que vem lá do céu.
Mas é amigo e é anjo.
Sabe escolher os livros que precisamos ler
e quando chega o envelope do correio, cada dedicatória é um carinho diferente.
Carinho de anjo que se fez amigo; ou amigo que tornou-se anjo;

Quando tu me pedes para explicar, acho simples.
Do pouco que sei, sinto-me grata, e em débito
sou só amiga, na escala humana, aprendendo contigo.

( perdoe-me amigo, o tempo dos anjos tem outra medida e eu ando sempre atrasada.)




Um comentário:

Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.