Deito. Não durmo e o livro me basta. Agora sou outra história.
Outro lugar.
Qualquer lugar longe daqui.
Moro nesse livro que me abriga e afago essas letras.
Fico à margem de mim, sou apenas as bordas do eu que está lá fora.
Não sou quem escreve. Sou quem lê.
A textura de cada página. O cheiro.
Piso em paisagens bucólicas e vejo céus invernais.
Sempre é mais bonito o inverno. Alguns outonos cabem.
Poucas cores. Quase sempre chove.
Um tempo bom.
Mentiras literárias.
A melancolia não gosta de portas abertas.
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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.