Em dois de abril, quinze anos antes eu nasci mãe, junto com a Giulia.
Eram dedinhos que pareciam gravetos, contei cada um deles e as duas pombas continuavam na janela, nós duas vimos e sentimos a calma de nascer juntas.
Foi a primeira filha, a primeira neta, a primeira sobrinha, enfim, modificou nossas vidas para sempre. E foram também os melhores pulmões que conheci, como chorava aquela criaturinha minúscula, aquele pacotinho encantado queria colo, e não qualquer colo, mas durante dois longos anos apenas o meu colo. Na verdade acho que a Giulia neta e sobrinha nasceu dois anos depois.
Com oito meses começou engatinhar, com onze meses começou caminhar e 15 dias antes de fazer um aninho, aquele misto de boneca e menina começou falar, nasceu naquele dia uma tagarela.
A Giulia comilona nasceu logo depois, quando ficou na casa da tia Liza e para minha tragédia comeu cinco bananas ( eu havia dito a tia dela que ela não gostava de bananas ). Depois nasceu a Giulia vaidosa e só eu e ela saberemos quantos batons foram degustados nessa jornada. Em seguida nasceu a Giulia que contava histórias com seus livrinhos mágicos. Depois nasceu a bailarina, a musicista...
Eu vi nascer todas essas Giulias, e muitas outras. Hoje vai nascer uma Giulia diferente e é um clichê lindo dizer que essa data é especial.
É uma comemoração dela e um agradecimento meu silencioso, porque essa menina incrível que nasceu junto comigo naquela manhã de quarta-feira fria, me ensina tanto todos os dias que seria injustificável não agradecê-la.
Queria ter te dado asas Giulia, queria ter de dado um castelo e um unicórnio. De tudo isso que eu sonhei, o mais perfeito aconteceu, já não tens mãos de graveto agora, tens quatro mãos fortes. As tuas e as minhas para sempre e para tudo que sonhares... Feliz aniversário querida!