Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Decadente


O tempo que temos não nos pertence
Somos feitos de nossas ausências
Sentimos tudo o que nos foi negado
Permanecemos em completo estado de torpor
Somos a parte escura de nossas próprias histórias
Somos o que nos falta

( Ainda resta algum tempo antes de conseguir perceber que morrer é apenas um detalhe que talvez tenha sido esquecido nesse espectro de vida. O frio por trás dos ossos é latente e serve para aportar a dor de uma alma cansada e velha. Por sorte a memória das mãos também é muito vaga e os olhos que antes dormiam em potes de água agora demoram mais para acordar. Ainda resta algum tempo, mesmo que não se saiba o que fazer com isso.)


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