Uma impermeabilidade na alma.
Nada consegue entrar por entre o que já nos ocupa. A dor é sempre funda e por trás dela ( se a força permitir ainda ) o que surge é sempre mais dolorido. Não há pausa para cura, não há o que se faça que mude o sentimento tingido de turbidez. A pressa, o pulso, o sangue, a ferida. A inércia e a dor, o frio e a demora de tudo que pudesse significar alívio. A esperança engolida como a noite que nunca acaba e marca os olhos de uma cicatriz por sob as pálpebras. O que não pode se esquecer, que grita e quer sair, mas está preso. Um muro alto. Uma sombra, um assombro. Uma incerteza, um amanhã arrastado.
( Se fosse permitido despir-se de toda crença e a nudez da alma trouxesse algum alívio o pranto poderia antecipar-se, o espaço entre o abrir dos olhos seria suavizado. Por hoje ainda preciso acender uma vela e pedir proteção. Acreditar em tudo que existe entre o que não se vê e que se deseja tocar. )
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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.